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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Gasolina sobe 6,6%: estamos pagando a dívida da Petrobrás?





Como se o que pagamos não fosse um absurdo, nesta meia-noite (31 de janeiro) a gasolina e o diesel vão ficar mais salgados, respectivamente em 6,6% e 5,4%. O Ministério da Fazenda diz, de forma indireta e enrolada, que isso se deve a fatores externos. Mas nós não acreditamos nisso e pensamos diferente. Acompanhe o raciocínio.
Esta é a declaração divulgada pela Petrobrás:
A Petrobras informa o reajuste nos preços de venda nas refinarias dos derivados abaixo, a vigorar a partir da meia noite de 30 de janeiro de 2013:
Produtos Reajuste (*)
Gasolina A 6,6%
Diesel 5,4%
(*) média Brasil
Os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos federais CIDE e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS.
Esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da Companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo.
Explicação vaga e suspeita: aumentar o preço baseado em uma perspectiva de médio e longo prazo? O que houve com o preço do barril de petróleo – não justifica mais? Em bom português, conheço isso por outro nome: especulação. Nunca vi um aumento repassado ao consumidor justificado desta forma.

Situação vermelha. Ou marrom

A explicação talvez esteja em duas informações algo interessantes: primeiro, a Petrobrás declarou no ano passado que investirá US$ 235,6 bilhões até 2016 em exploração e produção (E&P) – quase metade deste saldo será investido no pré-sal. Com o Estado por trás da empresa, não espere que este dinheiro caia do céu – ele vai sair de algum lugar, bem familiar para vocês. Este artigo de Wladmir Coelho explica em detalhes esta questão.
brpatinhas
E a cereja do bolo: a Petrobrás está contraindo uma dívida monstruosa de mais de R$ 130 bilhões, caindo numa espiral de juros que preocupa bastante os investidores. No dia 17 de dezembro do ano passado, a agência de risco Moody’s colocou a Petrobrás sob perspectiva de um possível rebaixamento da nota da dívida, pressionando fortemente a empresa. No dia seguinte (18/12/12), Guido Mantega, Ministro da Economia, se reuniu com os jornalistas para avisar que o preço da gasolina iria subir em breve – obviamente, ele não faz qualquer menção à questão da Moody’s.
É só ligar os pontos (se você quer mais detalhes, leia esta reportagem do Estadão) e não aceitar essa do “o aumento já era esperado, pois foi declarado em dezembro” que está sendo macaqueado por aí. Não importa que Mantega falou nisso há algumas semanas – a justificativa do aumento não soa sólida e a impressão é de que nós estamos ajudando a pagar o pato. Que atire o primeiro barril de petróleo quem discorda.

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